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Integração sensorial

A Integração Sensorial é um processo neurológico que organiza as sensações do corpo e do ambiente, permitindo que o cérebro utilize essas informações para gerar respostas adequadas no comportamento, movimento, atenção e aprendizagem. É através dela que conseguimos, por exemplo, manter o equilíbrio, focar em uma atividade mesmo com ruídos ao redor, tolerar diferentes texturas ou perceber o espaço ao nosso redor.

Quando esse processamento não ocorre de forma eficiente, podem surgir dificuldades no desenvolvimento, comportamento e desempenho escolar, como agitação, hipersensibilidade ao toque, atrasos motores ou dificuldades de concentração.

O tratamento de Integração Sensorial tem como principais objetivos:

  • Melhorar a capacidade do cérebro de processar e organizar estímulos sensoriais. 
  • Ajudar a criança (ou adulto) a ter respostas mais adaptativas ao ambiente. 
  • Reduzir comportamentos desorganizados ou inadequados. 
  • Melhorar habilidades motoras, cognitivas, sociais e emocionais. 
  • Promover maior autonomia e qualidade de vida.

A Terapia de Integração Sensorial (IS),  constitui-se como um modelo teórico e uma abordagem terapêutica baseada em processos neurobiológicos que organizam, interpretam e modulam as informações sensoriais do ambiente (Ayres, 1972; 2005). Esta intervenção fundamenta-se em princípios neurofisiológicos e tem demonstrado eficácia na promoção de respostas adaptativas e no desenvolvimento de habilidades motoras, sociais e emocionais em indivíduos com disfunções sensoriais (Schaaf & Mailloux, 2015).

O tratamento é realizado, principalmente, por terapeutas ocupacionais com formação em Integração Sensorial (baseada no modelo Ayres Sensory Integration®). Formação teórico-prática avançada e supervisão clínica documentada e o Domínio de instrumentos de avaliação padronizados e medidas de fidelidade. A intervenção é feita em um ambiente  para oferecer estimulos sensoriais controlados.

As sessões são lúdicas e individualizadas, e tem por objetivo:

  • Proporcionar experiências sensoriais significativas e individualizadas,
  • Facilitar a modulação e organização sensorial,
  • Desenvolver respostas adaptativas progressivamente mais complexas,
  • Promover o engajamento social e o desempenho ocupacional

 

A avaliação é feita por meio de:

  • Entrevistas com os pais ou cuidadores. 
  • Observação clínica do comportamento e das respostas sensoriais. 
  • Aplicação de testes padronizados.
  • Avaliação do desempenho em atividades funcionais (alimentação, sono, brincadeiras, escola etc.). Com base nessa análise, é traçado um plano terapêutico individual, que é reavaliado periodicamente para ajustar as estratégias conforme a evolução.

A participação da família é essencial para o sucesso do tratamento. Isso inclui:

  • Entendimento sobre o perfil sensorial da criança. 
  • Adaptações no ambiente doméstico e escolar. 
  • Estratégias para lidar com situações do dia a dia (como evitar sobrecargas sensoriais ou estimular atividades reguladoras). 
  • Participação em orientações, oficinas ou grupos terapêuticos. 

Quando a família entende e colabora com o processo, os resultados tendem a ser mais consistentes e generalizados para fora da clínica.

A Terapia de Integração Sensorial é indicada para crianças e adultos que apresentam dificuldades relacionadas ao processamento sensorial, como:

  • Transtorno do Espectro Autista (TEA) 
  • Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) 
  • Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor 
  • Paralisia cerebral 
  • Distúrbios de aprendizagem 
  • Crianças com seletividade alimentar, dificuldades motoras ou problemas de comportamento 

Mesmo pessoas sem diagnóstico formal podem se beneficiar se houver sinais de disfunção sensorial.

 

A Integração Sensorial foi desenvolvida pela terapeuta ocupacional e neurocientista A. Jean Ayres nos anos 1970. Sua teoria é amplamente estudada e aplicada em diversos países. A abordagem Ayres Sensory Integration® (ASI) possui base científica e critérios definidos de intervenção.

Principais referências:

  • Ayres, A. J. (2005). Sensory integration and the child: Understanding hidden sensory challenges (25th anniversary ed.). Los Angeles: Western Psychological Services.
  • Schaaf, R. C., & Mailloux, Z. (2015). Clinician’s guide for implementing Ayres Sensory Integration: Promoting participation for children with autism. AOTA Press. 
  • Parham, L. D., et al. (2011). Development of a fidelity measure for research on the effectiveness of the Ayres Sensory Integration intervention. American Journal of Occupational Therapy, 65(2), 133-142. 
  • Lane, S. J., Mailloux, Z., Schoen, S., Bundy, A., May-Benson, T. A., Parham, L. D., … & Schaaf, R. C. (2019). Neural foundations of Ayres Sensory Integration®️. Brain sciences, 9(7), 153. 
  • Schaaf, R. C., Dumont, R. L., Arbesman, M., & May-Benson, T. A. (2018). Efficacy of occupational therapy using Ayres Sensory Integration®️: A systematic review. American Journal of Occupational Therapy, 72(1).
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