Todos sabemos que uma boa noite de sono é essencial para a saúde, mas qual é a sua importância para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)? No blog do CERNE de hoje, exploramos essa questão crucial. De acordo com a Scientific American, pelo menos metade das crianças com autismo enfrenta algum tipo de distúrbio do sono. Mas por que isso acontece?
Quando falamos sobre sono, estamos abordando um complexo mecanismo que envolve diversas estruturas cerebrais e neurotransmissores, em pessoas com TEA, é comum haver um desequilíbrio nesse ciclo. A melatonina, por exemplo, é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo e liberado à noite para sinalizar ao cérebro que é hora de dormir. Entretanto, em indivíduos com autismo, a produção e liberação de melatonina tendem a ocorrer de maneira irregular devido a uma alteração genética.
Outro fator crucial é a dificuldade - característica do autismo - de perceber certas pistas sociais. A maioria das crianças, por exemplo, reconhece sinais de que está na hora de dormir ao ver os pais chegando do trabalho, preparando o jantar ou dando banho. Para crianças com TEA, essa consciência é reduzida, dificultando o estabelecimento de ciclos regulares de vigília e sono.
Além disso, é comum que crianças com TEA sejam mais sensíveis a estímulos ambientais, como ruídos, odores e estímulos visuais, o que pode manter o cérebro em um estado constante de excitabilidade, dificultando o início e a manutenção do sono.
Quais são as consequências da privação de sono?
A privação de sono pode ter efeitos graves no funcionamento cerebral, hormonal e comportamental, afetando a todos nós. Contudo, em pessoas com TEA, as principais dificuldades incluem:
- Recusa em ir para a cama.
- Procrastinação ou necessidade da presença dos pais ou cuidadores para adormecer.
- Dificuldade para adormecer e manter o sono.
- Sono de curta duração ou insuficiente.
- Problemas comportamentais diurnos associados ao sono inadequado.
Como melhorar a qualidade do sono do seu filho?
O primeiro passo é identificar a causa e tratar o problema. Em alguns casos, a dificuldade para dormir pode estar relacionada ao uso de certos medicamentos ou à presença de outra condição associada. Nesses casos, é crucial ajustar a medicação e tratar a condição subjacente para reduzir os impactos sobre o sono.
Outra recomendação valiosa é adotar estratégias comportamentais, que oferecem benefícios sem efeitos colaterais. Embora possam parecer simples, são fundamentais para modificar padrões que perpetuam a insônia, como a má higiene do sono, hábitos inadequados e falta de rotina. Aqui estão algumas dicas para começar esse processo:
- Estabeleça uma rotina de sono consistente, com horários regulares para dormir e acordar.
- Escolha um horário de dormir próximo ao momento em que a criança costuma ficar com sono.
- Evite o uso de dispositivos eletrônicos, como computadores ou televisores, perto da hora de dormir.
- Incentive a prática de atividades físicas, preferencialmente pela manhã ou no início da tarde.
- Mantenha o quarto fresco, escuro e silencioso para minimizar estímulos sensoriais que possam interferir no sono.
- Identifique quais eventos são calmantes e quais são estimulantes para a criança. Os eventos calmantes devem fazer parte da rotina noturna, enquanto os estimulantes devem ser realizados mais cedo.
- Certifique-se de que a temperatura do ambiente seja confortável, pois locais excessivamente quentes ou frios podem dificultar o início e a manutenção do sono.
Por que é importante cuidar do sono no autismo?
Problemas de sono podem agravar ainda mais os desafios comportamentais em crianças e adolescentes com TEA. Além de contribuir para a saúde geral, uma boa qualidade de sono é fundamental para o descanso restaurador, a capacidade de aprender e memorizar informações, o metabolismo e a saúde emocional.
Noites mal dormidas podem exacerbar sintomas do autismo, prejudicando o equilíbrio emocional, comportamental, de humor e a função cognitiva. Distúrbios do sono também estão associados a maiores déficits de comunicação, obesidade e aumento do risco de acidentes.
Se você enfrenta essas dificuldades, entre em contato conosco e agende uma avaliação gratuita. No CERNE, somos especialistas no tratamento do TEA e de diversas condições neurológicas, oferecendo a você um tratamento de excelência!
Sobre o Centro de Excelência em Recuperação Neurológica (CERNE)
Fundado no ano de 2016 por Canrobert Krueger e Mariana de Carvalho, a clínica é referência no atendimento a pacientes com danos neurológicos. O CERNE possui equipe especializada em diversas áreas, como: Fisioterapia, Fonoaudiologia, Musicoterapia, Neuromodulação e Terapia Ocupacional. O diferencial da clínica está nos métodos de tratamento avançados, como Theratogs, PediaSuit, Bobath, Integração Sensorial, Contensão Induzida, ABA, DENVER, além da chegada do primeiro tratamento através da Neuromodulação ao sul do país. Para mais informações, acesse o site www.clinicacerne.con.br ou as redes sociais Facebook https://www.facebook.com/cerneoficial e Instagram https://www.instagram.com/cerne.oficial/
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